samedi, juin 30, 2007

Becoming more like aussie

Hoje, o dia cinzento empurrou-me para o sul. Em busca de paragens mais solarengas, mas sem me demarcar da melancolia que parece não caber num hemisfério só. Da Austrália, até há um ano, conhecia muito pouco. Escutava de quando em vez os You am i, pelo revivalismo que imprimiam aos seus temas, numa tentativa de revisitarem a obra de Ray Davies. No entanto, ao longo das últimas semanas, tomei contacto com alguns singer songwriters oriundos dessa mesma Austrália, cuja indie pop ou indie folk (de fronteiras sempre tão esbatidas), trazem consigo o mesmo pó vermelho sobre o qual caminhamos, quando nos subúrbios de Melbourne ou de Sidney...

Sarah Blasko Explain


Descobri esta menina há não mais de cinco dias. Chama-se Sarah Blasko, e é natural de Sidney. Em finais de 2006 editou o seu segundo trabalho, What the sea wants, the sea will have, um album onde demonstra a sua qualidade de multi instrumentalista, através de dramáticos arranjos de cordas ou aplicando conceitos básicos de programação. As suas composições vivem também da forma como estrutura as suas letras: pequenas narrativas, novelas de cariz social ou de natureza mais intimista e melancólica. Esta faixa prendeu-me desde o ínicio. Pela voz desarmante. Pelo video da autoria de Isobel Knowles (aka. a menina que abandonou os Architecture in Helsinki).

Darren Hanlon Unmade bed


A mesma Sarah Blasko aparece neste video do Darren Hanlon. Assim como o Jens Lekman, que, ao que parece, se dá bem com esta maltinha de Sidney. O Darren já tem três albuns, mas ainda só escutei o mais recente, Fingertips and mountaintops, que me faz pensar que terei de sacar os dois anteriores. Não que seja algo brilhante, mas é agradável... A presença de teclados vintage é bem habitual nas suas faixas, e as letras vivem de algum cinismo e humor, como o prova a solução oferecida à menina que na festa foi ignorada. Será que o Jens leva sempre o seu ukelele para todo o lado com ele?

New Buffalo Cheer me up, thank you


E chegamos por fim a Somewhere, anywhere, trabalho de Sally Seltmann, singer songwriter oriunda de Melbourne, e casada com Darren Seltmann, um dos responsáveis pelo bem conhecido projecto The avalanches. Ainda assim, está arredada a componente electrónica das composições de New Buffalo (a assinatura escolhida por Sally), previlegiando-se a indie pop que se reconstroi faixa a faixa sobre uma voz doce e teclados vintage, arranjos de cordas e coros bem beatlescos...

God save Australia!

samedi, juin 23, 2007

O rádio é um gajo estranho

(Id3 + P) + E2 = IdT ... A equação da indietrónica ao longo de duas horas.

01. Blur A spell for money
02. Feist Honey, honey
03. Bénoit Pioulard Ext. Leslie Park
04. Young Galaxy lazy religion
05. Dntel To a fault (feat. Grizzly Bear)
06. Montag Mechanical kids
07. Magic Arm DAQ
08. Stars Your ex lover is dead (feat. Owen Pallett)
09. Sol Seppy 1 2
10. Au Revoir Simone Hurricanes
11. Montag No one else (feat Amy Millan)
12. Euros Childs Henry a Matilda supermarketsuper
13. Stereolab Perculator
14. Architecture in Helsinki Heart it races

Resolvida a equação, altura para uma crónica assinada por Carla Santos e uma segunda metade um pouco menos matemática.

01. Stars Ageless beauty (feat. The Most Serene Republic)
02. Architecture in Helsinki Hold music
03. The Blow Baby (eat a critter, feel its wrath)
04. Montag Best boy electric
05. The Fiery Furnaces Tropical ice-land
06. Of Montreal Gronlandic edit
07. Hefner Love will destroy us in the end
08. Shannon Wright In the morning

14.02 exit.

Programa realizado por Pedro Sousa.

jeudi, juin 14, 2007

O rádio é um gajo estranho

Quando dois filmes oferecem o seu imaginário a duas horas de indie folk e chanson française...

Ravenous
Um filme de Antonia Bird, com Robert Carlyle, David Arquette e Guy Pearce.
Em 1847, um capitão da cavalaria norte americana chega a um inóspito forte, na Sierra Nevada, onde os rigorosos invernos e os sucessivos ataques de tribos índias conduzem os seus sobreviventes pelo caminho do canibalismo, ou da morte...

01. Damon Albarn & Michael Nyman Boyd's journey
02. Sufjan Stevens Decatur, or, round of applause for your stepmother!
03. Damon Albarn & Michael Nyman End titles
04. Richard Swift Sadsong St. (Daytrotter version)
05. Blair Blues song
06. Dawn Landes Young folks
07. Pikelet Size matters
08. Woodpigeon A sad country ballad for a tired hero
09. The Beatles Rocky Racoon (Paul's demo)
10. Paul McCartney Dance tonight
11. These United States So high, so low, so wide, so long
12. Basia Bulat Little waltz
13. Ola Podrida Jordanna
14. Ben Gibbard & Andrew Kenny Carolina
15. Dana Falconberry My sweetheart, my dear

Moon river, wider than a mile... I'm crossing you in style, someday
You dream maker, you heart breaker
Wherever you're going i'm going your way

Two drifters off to see the world, there's such a lot of world to see
We're after the same: the rainbow's end
Waiting around the bend for my Huckleberry friend
Moon river and me...

(Após termos descido o Mississipi na jangada do Tom Sawyer, eis que nos aparece a crónica de Filipe Sentelhas, O rádio é um cara bizarro ou a história da música alternativa brasileira).

Playtime
Filme de Jacques Tati (1967).
Uma Paris (dis)funcional e perdida na sua própria geometria é apresentada pelo desastrado Monsieur Hulot, personagem maior do génio de Tati.

01. Les chansons de Playtime
02. Benjamin Biolay Un èté sur la côte
03. Keren Ann L'illusioniste
04. Sérgio Godinho O velho samurai
05. Nouvelle Vague Come on Eilleen
06. Vincent Delerm Quatrième de couverture
07. Joseph d'Anvers A contretemps
08. Albin de la Simone Quand j'aurai du temps

14:01 A bientôt...

www.oradioeumgajoestranho.blogspot.com

mardi, juin 05, 2007

On se cache des choses

The clash I fought the law


I fought the law
And the law won ...
I fought the law

:)

samedi, juin 02, 2007

Quand j'aurais du temps... #03 :: Simone White

Simone White
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« Beep Beep Beep Beep Beep Beep / Go the horns in the cars in the street » Quantas vidas terá Simone White? Muitas mais do que qualquer gato, a julgar pelo seu percurso. Nascida no Hawai, seguiram-se Seattle, Londres, NY, e finalmente, Venice - California. Viagens estas que moldaram as composições que encontraram em I am the man a sua casa. Um pequeno apartamento solarengo, no qual habitam personagens que ainda procuram a sua cara metade, que nos contam pequenas histórias marcadas por uma doce melancolia. Uma casa assombrada, em algumas das suas divisões, pelo fantasma de Nick Drake. Presente nos sonhos de Mary Jane, nas vocalizações de Simone, na forma como as suas narrativas são construidas. « Beat Beat Beat Beat Beat Beat / Goes my heart on the side of my sleep / whispering something i can hardly believe... »





www.myspace.com/simonewhite