vendredi, décembre 28, 2007

Com açúcar, com afecto


Chico Buarque Ela faz cinema

Na 2: Quem te viu, quem te vê.
E de imediato revisito o palco do Coliseu. De seguida recordo aquele refrão d' A Rita. O poema de Com acúcar, com afecto. E vou desencantar aquele álbum da Nara. Não me leve a mal, me leve à toa pela última vez... O Chico sempre presente. Um autor cuja dimensão se perde na sua imensidão. Maior que um sonho de Carnaval. O Chico é o maior mesmo!

Com açúcar, com afecto
Fiz seu doce predilecto
Pra você parar em casa
Qual o quê
Com seu terno mais bonito
Você sai, não acredito
Quando diz que não se atrasa
Você diz que é operário
Vai em busca do salário
Pra poder me sustentar
Qual o quê
No caminho da oficina
Há um bar em cada esquina
Pra você comemorar
Sei la o quê

Sei que alguém vai sentar junto
Você vai puxar assunto
Discutindo futebol
E ficar olhando as saias
De quem vive pelas praias
Coloridas pelo sol
Vem a noite e mais um copo
Sei que alegre ma non troppo
Você vai querer cantar
Na caixinha um novo amigo
Vai bater um samba antigo
Pra você rememorar

Quando a noite enfim lhe cansa
Você vem feito criança
Pra chorar o meu perdão
Qual o quê
Diz pra eu não ficar sentida
Diz que vai mudar de vida
Pra agradar meu coração
E ao lhe ver assim cansado
Maltrapilho e maltratado
Ainda quis me aborrecer
Qual o que
Logo vou esquentar seu prato
Dou um beijo em seu retrato
E abro os meus braços pra você

(Chico Buarque de Hollanda)